Newsletter Conib - 7-12-10

Conib destaca
Terça-feira, 7 de Dezembro de 2010
Por Celia Bensadon
Textos e manchetes da mídia nacional e estrangeira
Para informar nossos ativistas comunitários

1. Países europeus e ONGs comemoram críticas de Dilma Rousseff ao Irã


Países europeus e ONGs na ONU comemoraram as declarações da presidente eleita, Dilma Rousseff, de que estaria disposta a mudar o padrão de votação do País em resoluções que tratem das violações aos direitos humanos no Irã. Para governos, os comentários de Dilma ainda mostram o crescente isolamento que vive o Irã. Mas pedem que a mudança não se limite a temas relacionados com a situação da mulher e dos de direitos humanos. Na Comissão Européia, as declarações de Dilma – em entrevista ao Washington Post - foram muito bem recebidas e uma mudança na posição do Brasil era esperada há anos. “O Brasil é uma democracia que tem papel fundamental hoje nas relações internacionais. Estamos ansiosos para começar a trabalhar com a nova presidente”, disse um diplomata europeu (Por Jamil Chade, O Estado de S.Paulo). Leia mais em:
Deputados elogiam posição de Dilma sobre Irã

2. Presidente eleita acha inadmissível silêncio do Brasil

Diversas vezes durante o governo Lula a presidente-eleita Dilma Rousseff manifestou seu desconforto com a omissão do Brasil em relação a desrespeito aos direitos humanos em países como Irã e Cuba. Em reportagem publicada no Estado no dia 28 de novembro, interlocutores revelaram que Dilma classifica a abordagem de "equivocada" e "desgaste desnecessário". Entre assessores próximos à futura presidente, a percepção é de que "a aproximação com o Irã pode ter custado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o Nobel da Paz" por seu empenho em reduzir a pobreza (Por Patrícia Campos Mello, O Estado de S.Paulo).

3. “Mudança diplomática”

A presidente eleita tem razão ao sugerir uma correção de rumos. O Itamaraty acumula um histórico de intervenções seletivas e politizadas no campo dos direitos humanos, em geral marcadas pelo interesse de contrapor-se ao peso dos EUA na ONU. Um dos setores mais bem preparados do Estado brasileiro, o Itamaraty acerta em seus objetivos de zelar pela independência diplomática e conquistar maior influência para o país nos rumos da política internacional - mas não raro erra no tom e no método para alcançá-los. O governo brasileiro não deve se relacionar com o norte-americano de maneira subalterna. Mas não pode sacrificar o zelo pelos direitos humanos em nome de um antiamericanismo sistemático. São auspiciosos os sinais de que a nova presidente pretende promover correções de rumos na política externa, uma área que se torna cada vez mais mais relevante para o desenvolvimento do país (Folha de S.Paulo – A2).

4. “Dilma com nuances”

Dilma Rousseff não poderia ser mais clara ao reiterar ao jornal The Washington Post, na sua primeira entrevista exclusiva depois de eleita, a distância que guarda da recente abstenção do Brasil na votação de uma resolução na ONU que condena as violações de direitos humanos pelo governo do Irã. Representa uma novidade em relação à posição da diplomacia brasileira. Mas representa, além disso, uma diferença em relação ao estilo de Lula, inclinado a acochambrar. Salvo engano, o episódio marca a primeira divergência pública de Dilma em relação a Lula. Nada que deva causar maior mal-estar entre eles (Por Fernando de Barros Silva, Folha de S.Paulo).

5. “Avanço na política externa”


Foi um encontro da convicção com a oportunidade. A presidente eleita, Dilma Rousseff, escolheu o Washington Post, o matutino da elite do poder da capital dos Estados Unidos, para dar a sua primeira entrevista exclusiva a um jornal desde o triunfo nas urnas de 31 de outubro. Nela, além de confirmar de viva voz que pretende visitar o presidente Barack Obama logo nos dias seguintes à posse, "se ele me receber", Dilma anunciou o equivalente à primeira mudança na política externa da era Lula - e em um dos seus pontos mais polêmicos: a invariável abstenção nas votações sobre violações de direitos humanos denunciadas à ONU (O Estado de S.Paulo – A3).

6. “EUA apostam em nova geração do Itamaraty”

O antiamericanismo dos mentores da política externa do governo do presidente Lula levou a diplomacia americana a apostar numa nova conjugação de forças no Itamaraty, onde jovens mais pragmáticos suplantariam a condução ideológica, responsável até pelo autoexílio de antigos diplomatas brasileiros no exterior. A visão geral sobre o tema foi cristalizada em relatos feitos a Washington em 2009 pelo ex-embaixador dos EUA em Brasília Clifford Sobel, por meio de telegramas divulgados pelo site WikiLeaks (Por Roberto Maltchick, O Globo).


 
7. Argentina e Uruguai reconhecem Palestina como Estado independente


A Argentina seguiu o mesmo caminho traçado pelo Brasil na semana passada, ao reconhecer a Palestina como Estado independente e com seu território delimitado pelas fronteiras existentes em 1967. O Uruguai declarou, também, em seguida, que tinha a intenção de fazê-lo, em 2011. A presidente argentina Cristina Kirchner enviou nota ao dirigente palestino, Mahmud Abbas, comunicando a decisão: o "reconhecimento da Palestina como um Estado livre e independente no interior das fronteiras de 1967", segunfo anunciou o chefe da diplomacia, Hector Timerman. "O governo argentino partilha com os parceiros do Mercosul, Brasil e Uruguai, (o ponto de vista) de que é chegado o momento de reconhecer a Palestina como Estado livre e independente", segundo declaração do Ministério das Relações Exteriores, lida por Timerman (Band). Leia mais em:
Brazil, Argentina, Uruguay recognize Palestinian state
Apoio do Brasil a Estado palestino é criticado nos EUA

8. Reconhecimento de Estado palestino não contribui para a paz, diz Israel


“Essa é uma decisão que não contribui em nada para a paz no Oriente Médio. O Estado palestino não existe e só pode ter a sua existência reconhecida através de negociações”, disse Dorit Shavit, diretora-geral para o Caribe e América Latina do Ministério das Relações Exteriores. Além disso, disse Dorit, as fronteiras anteriores á Guerra dos Seis Dias, que incluem Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental, não estavam sob o controle político dos palestinos na época e sim dos egípcios e jordanianos (Aurora). Leia mais em:
Israel says South American 'Palestine' nods hurt peace
Israel warns Argentina: Recognizing Palestinian state shatters peace process

9. “Brasil & Palestina”

Com o reconhecimento em série na América Latina, a notícia foi parar nas páginas iniciais dos jornais israelenses. No Haaretz, "Argentina se une a Brasil no reconhecimento de um Estado palestino", anotando que os anúncios vêm no "hiato" das negociações, após o fim do congelamento dos assentamentos. No Yediot Ahronot, "Israel ataca Argentina por reconhecer". O site americano Politico, citando "fontes diplomáticas" americanas voltadas à América Latina, postou que a decisão do Brasil "pegou EUA de surpresa". E que o Departamento de Estado tinha "ouvido que os brasileiros estavam examinando e falando com algumas pessoas na região", mas nada definitivo. E que Israel foi informado pelo Brasil na noite de quinta (Por Nelson de Sá, Folha de S.Paulo).

10. Tensão aguarda tropas do Brasil em missão de paz da ONU no Líbano


Às vésperas de o Brasil assumir o comando da força naval da ONU no sul do Líbano (Unifil), a crescente tensão no país ameaça tornar ainda mais delicada a missão dos capacetes azuis encarregados de patrulhar a região da fronteira com Israel. Os indícios de que militantes do grupo xiita Hezbollah serão acusados pelo assassinato do ex-premiê Rafik Hariri, morto em 2005, despertaram o permanente temor de nova guerra civil no país.  Há poucos dias, o líder do Hizbollah, Hassan Nasrallah, disse que mandará "cortar as mãos" de quem tentar prender membros do grupo. Ontem, um político próximo do grupo disse que as forças da ONU (Organização das Nações Unidas) não são imunes. "Podemos confirmar que, se um confronto ocorrer, as tropas da Unifil no Líbano não estarão imunes", disse o líder druzo Wi'am Wahhab, ex-membro do gabinete libanês e aliado do Hezbollah (Por Marcelo Ninio, Folha de S.Paulo).

11. Bens brasileiros são "vitais" para EUA

Recursos minerais e redes de comunicação no Brasil estão na lista de itens estratégicos dos EUA. É o que revelam os telegramas de diplomatas americanos ao Departamento de Estado do país vazados ontem pelo WikiLeaks. De acordo com eles, reservas minerais em Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul passaram a ser consideradas "locais vitais". Isso porque qualquer problema no suprimento das matérias-primas extraídas nesses lugares afetaria diretamente a indústria americana. Hoje, o Brasil possui 98% das reservas de nióbio do mundo, e os EUA estão entre os maiores consumidores. O metal é usado na fabricação de peças de automóveis, aviões, obras de infraestrutura e até lâminas de barbear (Folha de S.Paulo). Leia mais em:
WikiLeaks revela locais estratégicos para os EUA no Brasil e no mundo

12. Potências pressionam Irã por garantias


Membros do Conselho de Segurança da ONU e a Alemanha exigem que o Irã dê garantias definitivas de que seu programa nuclear não tem fins militares para, assim, o país conseguir reconquistar a confiança internacional. No entanto, depois de dez horas de negociações em Genebra, a única resposta que o grupo obteve do Irã é que o país não desistirá de seu direito de enriquecer urânio e quer que o acordo assinado pelo Brasil em maio sobre o intercâmbio de combustível nuclear seja a base para um entendimento amplo sobre o programa atômico de Teerã. Mas a proposta brasileira foi mais uma vez rejeitada pelas potências. O debate, que termina hoje, foi considerado "tenso e difícil" e fez parte das primeiras negociações em 14 meses entre o grupo que busca uma solução para a crise (Por Jamil Chade, O Estado de S.Paulo). Leia mais em:
Irã e potências planejam novo diálogo nuclear no início de 2011
Manifestantes pedem fim do diálogo com o Irã e pressionam por sanções

13. Garoto de 14 anos admite ter iniciado incêndio em Israel


Um garoto druso de 14 anos, morador da aldeia de Isfiyah, no norte de Israel, admitiu à polícia ter sido o responsável pelo incêndio que matou 42 pessoas e consumiu milhares de hectares de área verde nos arredores do Monte Carmel, forçando pelo menos 12 mil pessoas a deixarem suas casas em cidades da região de Haifa. Em depoimento, o jovem contou que fumava narguilé (uma espécie de cachimbo d'água) com o irmão, de 15 anos, numa área da floresta e atirou o pedaço de carvão usado para acender o fumo numa área descoberta. O vento fez surgir as primeiras labaredas e, apavorados, os adolescentes fugiram do local sem contar o fato a ninguém (O Globo). Leia mais em:
14-year-old from Carmel region admits to accidentally starting massive wildfire

14. Grupo de 30 estudantes brasileiros escapa do maior incêndio da história de Israel


A roupa do corpo e os passaportes. Foi tudo o que sobrou dos pertences de 30 estudantes brasileiros que sobreviveram ao incêndio que devastou 50 quilômetros quadrados de floresta no Monte Carmel, no norte de Israel, destruiu 250 casas, deixou 17 mil desabrigados e matou 42 pessoas. Os dormitórios dos jovens, que cursam o Ensino Médio no vilarejo-escola Yemin Orde, foram totalmente consumidos pelas chamas. No quarto das meninas, só restaram algumas fotos na parede e um cachorrinho de pelúcia. No dos meninos, nem isso. O teto desabou sobre o que agora é apenas um amontoado de escombros (Por Daniela Kresch, O Globo).

15. Arte sobrevive à guerra com Hitler e vai para museu na Alemanha


Em janeiro operários que escavavam uma nova estação de metro perto da prefeitura de Berlim descobriram um busto de bronze de uma mulher, enferrujado, sujo e quase irreconhecível. O busto era um retrato de Edwin Scharff, um modernista alemão quase esquecido que viveu por volta de 1920.  As 11 esculturas encontradas provaram ser sobreviventes da campanha de Hitler contra o que os nazistas notoriamente chamaram de "arte degenerada". Várias das obras, segundo registros, foram apreendidas de museus alemães em 1930, exibidas na exposição Arte Degenerada e, em alguns casos, também exploradas por um filme nazista de 1941, uma comédia antissemita que criticava a arte moderna. Seu último paradeiro conhecido foi o armazém do Reichspropagandaministerium (Ministério de Propaganda da época), que organizou uma exposição. Em seguida, as esculturas desapareceram (The New York Times, em artigo no Último Segundo).

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Lançamento do livro “Armadilha em Gaza” em Recife

Israel has been given a chance to improve its image

WikiLeaks: Syria gave Hizbullah Scud-D missiles

WikiLeaks founder Julian Assange arrested in UK

Barak: WikiLeaks affair delayed settlement freeze


Célia Bensadon
Depto. de Comunicação
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