Boletim Informativo da Confederação Israelita do Brasil | 04/05/2011



Com forte discurso contra a intolerância, judeus lembram Dia do Holocausto 
Com um discurso forte contra a intolerância racial e étnica, o presidente da Federação Israelita do Rio Grande do Sul, Jarbas Milititsky, condenou, em ato que lembrou o Iom Hashoá - Dia do Holocausto e o Heroísmo no dia 2 de maio, em Porto Alegre, aqueles que se calaram diante da fúria nazista: "Um terço da população judaica mundial foi exterminado. A parte que sobreviveu assistiu ao massacre, foi desumanizada, exposta à tortura física e psicológica. O resto do mundo se calou."
A data escolhida para o Iom Hashoá remete ao Levante do Gueto de Varsóvia, quando um grupo de judeus chefiados pelo jovem Mordechai Anielewicz resistiu durante quatro semanas, entre abril e maio de 1943, ao poderoso exército nazista.
Milititsky lembrou que a data tem três grandes e importantes objetivos. Um deles é a necessidade de ensinar às novas gerações sobre o que ocorreu e suas implicações para a compreensão dos riscos ainda existentes de discriminação étnica, cultural e religiosa.
Outro motivo é alertar para o risco das posições contemporâneas que não apenas recusam a verdade histórica, como também fomentam o extermínio dos judeus como política de Estado, tal como fizeram os nazistas na Segunda Guerra. "É preciso pensar com seriedade sobre estas posições, que podem ser ouvidas no discurso formal de dirigentes políticos e religiosos, principalmente quando tais posições encontram eco no discurso ideológico", ponderou.
Por fim, o ato é um pedido de perdão aos sobreviventes, em nome da humanidade, por não ter impedido e se manifestado contra o horror, bem como um compromisso de não permitir jamais o estabelecimento de políticas que resultem em genocídio e afrontem direitos humanos inalienáveis.
A cerimônia contou com a participação do secretário de Estado, Mauro Knijnik, representando o governador Tarso Genro; com o presidente da Assembleia Legislativa do RS, Adão Villaverde; o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati; representantes do poder judiciário, diretores da Federação Israelita, rabinos, membros da comunidade judaica, alunos e professores do Colégio Israelita e sobreviventes do Holocausto.
No mesmo dia, uma cerimônia religiosa em homenagem às vítimas do Holocausto foi realizada no Cemitério da União Israelita Porto-alegrense.
Em São Paulo, a comunidade judaica relembrou em dois eventos a morte de seis milhões de judeus durante o Holocausto: a Marcha da Vida Regional, que aconteceu em 1º de maio, com a presença de cerca de 500 pessoas; e um ato das escolas judaicas, que contou com a participação de 200 alunos de cinco escolas no dia 2, ambos no Cemitério Israelita do Butantã.

A marcha regional foi inspirada pela “Marcha da Vida Mundial”, que ocorre anualmente na Polônia, na qual participantes do mundo todo refazem o percurso que era realizado pelos judeus entre os campos de concentração de Auschwitz e Birkenau, em direção às câmaras de extermínio.

O sobrevivente do Holocausto e presidente da Sherit Hapleitá do Brasil [Associação Brasileira dos Sobreviventes do Nazismo], Ben Abraham, foi aplaudido ao relatar as atrocidades que sofreu nos campos de concentração e ao frisar a importância de que o Holocausto não seja esquecido. “Jovens, cabe a vocês transmitir este legado para seus filhos, netos e para a sociedade, para que nossa memória judaica jamais seja esquecida. Durante anos, fomos perseguidos, mas hoje estamos aqui e temos nosso lar, a nossa terra, a nossa pátria milenar que é o Estado de Israel”.

“Com a marcha e o ato das escolas, relembramos um momento de muita tristeza e reforçamos a importância de preservar o passado histórico para que atrocidades como o Holocausto não se repitam. Dentro de alguns dias, teremos momentos de muita alegria, com a comemoração do Iom Haatzmaut, a independência do Estado de Israel”, declarou Boris Ber, presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo.
Estiveram presentes no dia 1º os vereadores Gilberto Natalini e Floriano Pesaro. Os eventos foram realizados pela Fisesp, Sociedade Cemitério Israelita de São Paulo e escolas, com apoio da Marcha da Vida Brasil e da Sherit Hapleitá do Brasil.
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Panorama da Marcha da Vida Regional, uma caminhada em direção ao Cemitério Israelita do Butantã, em São Paulo. Foto: Fisesp.

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Estudantes de escolas judaicas homenageiam em SP as vítimas do Holocausto. Foto: Divulgação.

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Sobreviventes do Holocausto acendem tochas em São Paulo, no dia 1º de maio. Foto: Divulgação.

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Cerimônia do Dia do Holocausto, no Colégio Israelita Brasileiro, em Porto Alegre. Foto: Firs.

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Solenidade no Cemitério da União Israelita Porto-alegrense. Foto: Firs.



Homenagem a Scliar destaca importância dos valores judaicos para o escritor
Com a participação de Judith Scliar, viúva do escritor Moacyr Scliar, foi realizada no Hospital Israelita Albert Einstein, no dia 29 de abril em São Paulo, uma homenagem ao médico e escritor recentemente falecido. Uma placa com seu nome será fixada em uma sala do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa do HIAE.
Claudio Luiz Lottenberg, presidente da Conib e da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, afirmou que Scliar foi o grande embaixador do conhecimento da comunidade judaica, “pregando um judaísmo missionário por meio de cada uma de suas obras. Se por um lado, suas mensagens orgulhavam os judeus, elas ao mesmo tempo cativavam os não judeus, motivando-os a nos conhecer dentro de uma imagem positiva, folclórica, porém não menos verdadeira e real que os nossos princípios”.
Para Jarbas Milititsky, presidente da Federação Israelita do Rio Grande do Sul (Firs), Moacyr Scliar “fecundou a literatura gaúcha e brasileira em uma dimensão que ainda não temos condições de avaliar. Certamente muito mais ampla do que estamos pensando agora. (...) Seus livros são lições de sabedoria no combate ao racismo, à intransigência cultural e a posturas discriminatórias. Nas inúmeras conversas que tivemos sobre questões como cultura judaica e perda de identidade judaica, Moacyr lucidamente referia-se aos valores de respeito à dignidade humana, excelência do conhecimento, principio da solidariedade (tzedaká) e postura ética, como valores essenciais de nossa cultura”.
Participaram da solenidade representantes da Academia Brasileira de Letras, da Conib, da Firs, do Capítulo Brasileiro da Associação Médica de Israel, além de familiares do homenageado.
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A partir da esquerda: Dr. Elias Knobel; Jarbas Milititsky; Ruben Oliven (cunhado de Scliar); Judith Scliar, Claudio Lottenberg; Celso Lafer. Foto: Ramede Felix.
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Judith Scliar, Claudio Lottenberg e acadêmico Antônio Carlos Secchin. Foto: Ramede Felix.



Morre em SP o rabino Yehuda Busquila
Faleceu em São Paulo no dia 3 de maio o rabino Yehuda Busquila. Ele era rabino da Congregação Israelita Paulista (CIP) desde 1988.
Além de professor no departamento de Ensino da CIP, também atuou como supervisor de cashrut [leis dietéticas judaicas] de alimentos produzidos no Brasil e em outros países.
A CIP prestará uma homenagem a Busquila no Cabalat Shabat da próxima sexta-feira, dia 6 de maio.



Dez entidades comemorarão em SP os 63 anos da independência de Israel

Hebraica, Agência Judaica, B´nai B´rith, Congregação Israelita Paulista, Fundo Comunitário, Keren Kayemet LeIsrael [Fundo Nacional Judaico], organizações femininas Emunah, Na´amat Pioneiras São Paulo e Wizo São Paulo e entidade assistencial Unibes comemorarão em 10 de maio, às 14 horas, no Teatro Arthur Rubinstein de A Hebraica, os 63 anos de independência do Estado de Israel.

O evento, que tem o apoio da Federação Israelita do Estado de São Paulo, contará com uma cerimônia cívica e uma programação cultural e festiva.



Conib e WUPJ trazem ao Brasil rabino Clifford Kulwin
Em parceria da Conib com a União Mundial para o Judaísmo Progressista (WUPJ), as comunidades de Brasília, Fortaleza e Rio de Janeiro (ARI-Associação Religiosa Israelita) receberam, durante a celebração de Pessach, a visita do rabino Clifford Kulwin, líder espiritual do Templo B'nai Abraham, em Nova Jersey, EUA. O rabino também participou de seder inter-religioso no Centro da Cultura Judaica, em São Paulo.
Kulwin atuou em diversas comunidades afiliadas à WUPJ em todo o mundo, inclusive na ARI-RJ.
A WUPJ da América Latina, por meio de seu Programa Alcance, apoia comunidades judaicas do interior de São Paulo e de outros estados do Brasil.
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Rabino Clifford Kulwin (centro), ao lado de sua esposa e de José Frenkiel, presidente da Sociedade Israelita do Ceará. Foto: SIC


Veterano da FEB: "Sobreviventes do Holocausto também foram combatentes".
O Centro Cultural Casa da FEB [Força Expedicionária Brasileira] promoveu no Rio em 28 de abril uma palestra com Aleksander Laks, sobrevivente do Holocausto.
Em sua saudação, o Coronel Herbert Seixas, diretor-secretário da Associação Nacional dos Veteranos da FEB falou da honra em receber outro tipo de lutador: “O senhor Laks foi também um combatente, opondo-se ao inimigo com as armas que estavam ao seu alcance: a força de espírito, a determinação de resistir, ser mais forte que o mal, sobreviver para contar a sua história de luta. Nos tempos atuais, quando lamentavelmente o nazismo ainda não desapareceu completamente nas sombras do passado, a presença dos ex-combatentes e de Laks nesta Casa é muito importante, para juntos levantarmos a bandeira contra a agressão, a intolerância, o racismo, os preconceitos, que foi a mesma bandeira da FEB na Itália."
Laks afirmou "ser uma grande honra estar na casa dos veteranos de um grande país, que mandou o melhor que tinha para a Itália, seus filhos."
Cerca de 100 pessoas estiveram presentes, entre militares da ativa e da reserva, professores e estudantes. O professor Israel Blajberg, diretor de Relações Públicas da Casa da FEB e diretor de Cidadania da Fierj, representou Sarita Schaffel, presidente da Fierj. Um grupo de alunos da Fundação Osório assistiu à palestra, acompanhada por seu professor de História, Tenente Denilton Veroneze.
Laks é autor do livro "O Sobrevivente - Memórias de um Brasileiro que Escapou de Auschwitz", editado pela Record em 2000, com várias reedições e prefaciado pelo padre Jesus Hortal Sanches, ex-reitor da PUC-Rio.


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Aleksander Laks (quarto, a partir da esquerda) junto a veteranos da FEB e alunos da Fundação Osório. Foto: Israel Blajberg.


Movimento juvenil judaico faz doação para recuperação do Monte Carmel
Integrantes do movimento juvenil Avanhandava, da Congregação Israelita Paulista, fizeram uma doação para auxiliar a recuperação e reflorestamento do Monte Carmel, em Israel, atingido por um incêndio de grandes proporções em dezembro de 2010.
Levantada por meio de ampla campanha de arrecadação, a verba foi entregue ao presidente do Keren Kayemet LeIsrael [Fundo Nacional Judaico] no Brasil, Semy Dayan, no dia 28 de abril, em evento no clube A Hebraica.


 Com grande comparecimento, comunidade de Brasília comemora Pessach
A Associação Cultural Israelita de Brasília - ACIB realizou em 18 de abril um seder [jantar especial] de Pessach, que contou com grande presença da comunidade judaica na Capital Federal: 200 pessoas. A cerimônia religiosa foi oficiada por David Preciado e Abrahan Melul.
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Panorama do Seder de Pessach em Brasília. Foto: Acib


Jornalistas debatem no Rio sobre Oriente Médio
Com a participação dos jornalistas Merval Pereira, Reinaldo Azevedo, Denis Rosenfield e Daniela Kresch, o consulado-honorário de Israel no Rio promoverá em 15 de maio, às 19 horas, no Hotel Copacabana Palace, um debate sobre o Oriente Médio. A mediação será do cônsul-honorário Osias Wurman. Informações: (21) 2548-7449.


Filme conta história dos judeus em Pernambuco no período holandês
O filme “O Rochedo e a Estrela” é um documentário que aborda a expansão do judaísmo em Pernambuco, no século 17. Dirigido pela cineasta pernambucana Katia Mesel, ele estreará na solenidade de encerramento do 15ª  Cine PE Festival do Audiovisual , nesta sexta-feira, 6 de maio.
O filme enfoca principalmente o período holandês e como Mauricio de Nassau favoreceu a liberdade religiosa, o que permitiu a existência de uma comunidade judaica e a fundação no Recife da primeira sinagoga das Américas, a Zur Israel.
Narra também como a expulsão de holandeses e judeus em 1654 culminou com a fundação da primeira colônia judaica da América do Norte, em Nova Amsterdã (Nova York), por judeus que tiveram que deixar Pernambuco.
Mostra ainda a grande mistura étnica nordestina, que junta portugueses, africanos, índios, judeus, holandeses.
Veja o trailer.



Indicação de textos

Os 50 anos do julgamento de Eichmann”, por Jack Terpins, em O Estado de S. Paulo
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Museu lança busca pelos fragmentos das últimas histórias do Holocausto”, em O Estado de S. Paulo.
Anti-Semitism lower in 2010, finds new study”, no site do World Jewish Congress.
Turismo de Israel participa pela primeira vez do Entur, em Salvador”, no site Mercados e Eventos.

A Conib não necessariamente endossa as opiniões externadas nos textos indicados.



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